Cumprindo minhas decissões acordei, fiz jejum e minhas práticas de meditação, afirmações, gratidão, yoga e oráculos. As cartas falavam sobre a conexão com seu próprio universo (silêncio), perdão sobretudo a si mesmo, iniciar uma nova jornada com o coração aberto (louco), conectar-se com a natureza para enraizar a energia (povo de pé, as árvores) e sobre acreditar na direção que os guias ancestrais nos mostram a cada dia e seguir com confiança o coração (ancestrais estelares). Uma das mensagens era justamente dar um voto de confiança para a magia que o Universo tem a oferecer. Coloquei um havaianas e uma saia jeans curta para permitir molhar pés e pernas na água, um longo vestido/camisa marinho floreado que encontrei nos desapegos da Marta e um casaco quentinho. Tirei cuidadosamente minha tornozeleira relembrando cada memória de uma história de amor. Agradeci ao fogo da vela e pedi forças e coragem para deixar ir essa energia.
Fui para a praia e encongtrei um amigo. Conversamos por horas. Cheguei a ficar em dúvida se estava tomando a atitude certa, pois na primeira tentativa de tirar a tornozeleira meu corpo se arrepiou inteiro e não consegui. Depois conversamos sobre o apego a esse sentimento tão grande e tão não recíproco e ele entendeu. Enfim, quando meu amigo e o cara suja (seu cão Ragna) foram embora, fui conversar com o mar. Pedi aterramento e conexão a todas as energias. Pedi orientação e coragem. E ele veio - bravamente forte, empurrando-me água adentro - o vento. Senti que era a mensagem que eu precisava. Nesse momento, uma nuvem descobriu o sol que refletia na água um céu azul acinzentado, trazendo certa dramaticidade na cena que se completava com outro lado de céu azul e nuvens refletidas na areia molhada. Chamei minha mãe Iemanjá, rainha das águas. Agradeci aos céus por toda a magnitude de aprendizados, de conexão, de insights sobre mim mesma que tive durante o sentir profundo dentre vida e morte desse fulminante amor que, num olhar, rapidamente acendeu uma clareira em mim e mais rapidamente ainda se apagou com um imenso silêncio. Conectei a minha força, o meu valor, o amor infinito que nem cabe dentro de mim, o amor que tenho por mim e pela minha vida e minha história e isso me trouxe a coragem que eu precisava. Chorei. Ancorei corpo, mente, coração e alma com a força da totalidade. Chamei o mar. Chamei as águas. Chamei Iemanjá e entreguei com todo o coração a minha fé de crer em um amor muito bonito reservado na minha história. Senti a força da terra sob meus pés, o calor do sol na pele, o suave toque das águas, o abraço dos ventos e sorri. Eu sou minha, sou pura energia divina, sou livre, feliz e forte. Como uma leoa, ciente do seu poder e responsabilidade, que assume a liderança após a morte do leão, despedi-me e segui meu caminho. Sem sentir tristeza ou alegria, nem vazio, nem preenchimento. Sentia apenas força e paz, com a consciência da jornada que está por vir.
Escolhi fazer uma parada no caminho ao voltar para casa. Meu coração interviu e me mudou de direção. Escolhi uma rua. Ele interviu de novo, mudei de direção. Encontrei um amigo e sua pequena prima. Conversamos um tempo e depois fomos tomar um café juntos na esquina de casa. Já não sei se é só coincidência esse ser humaninho aparecer na minha vida sempre nos momentos que peço sinais para o universo. Foi ele quem me mostrou o cavalo branco na praia quando manifestei para o universo que precisava deste sinal para identificar um grande amor. Foi ele quem passou buzinando quando pedi para o universo me conectar com o cavalo branco na segunda vez para confirmar a mensagem. E agora, que manifestei todo o amor que desejo, ele foi a primeira pessoa que encontrei. E que lembrou no caminho que hoje é dia dos namorados (São Valentim) e que me deu um chocolate branco, Rafaello, cuja embalagem é branca e contem uma flor de hibisco. Ou seja, no dia dos namorados ganhei flore e chocolate desse serzinho encantador que sempre fica feliz em me ver, que me levou pro mar.
E, se hoje é quarta-feira de cinzas e meu caminho de vida é evolução através de morteXrenascimento, como o escorpião, a fênix e a serpente, é hora de renascer. Hey ho! Cantei para juntar os ossos (como bruxa-loba selvagem). Bebi um chá de camomila e acordei (para dentro).
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